sábado, 8 de setembro de 2012

The Climb #1

É irônico.

O nosso destino é muito irônico. Algumas vezes, para o que nós julgamos ser o melhor e, outras, para o que julgamos ser o pior. Há um pouco menos de um ano atrás, eu vivia a frustração de não poder participar de um processo seletivo da minha universidade para estudar em Portugal por um ano. O porquê? Uma das exigências era de poder se bancar, sem ajuda de custo para nada, durante esse período.

Obviamente, eu não podia. Tentei viabilizar algumas formas, mas todas fracassaram. E, assim, vi meu sonho, de estudar fora, de conhecer a Europa, se afastar ainda mais. Até 2012. Até o momento em que eu defini para mim que não podia ser assim. Eu sabia que existiam bolsas que eu poderia fazer uso. Devia ser, de alguma forma, possível para mim...também.

Uma amiga participou de um processo para Portugal, em outro programa e, dessa vez, com bolsa. Foi aprovada. Lembro perfeitamente do convite que ela me fez a participar também, me incentivando. Eu tive preguiça. Tive soberba ("Não quero ir para Portugal, falar português. Quero aprender uma nova língua, ir para um país que é melhor, de verdade", pensei).

Quando ela foi aprovada, quando ela me ligou contando, eu fui inundado por dois sentimentos. O primeiro, a alegria, a felicidade por realizar, de alguma maneira, meu sonho em outra pessoa, tão próxima. O segundo, porém, foi um sentimento menos nobre. De inveja, não de estar no lugar dela, mas de não ter tido o mesmo discernimento e ter agarrado a oportunidade. Como ela fez.

Por coincidência, uma ou duas semanas depois da resposta da minha amiga, enquanto eu estava lendo o site do G1 para que meu cérebro não derretesse, eu vi o anúncio do 3º edital do Ciência sem Fronteiras (Science without Borders). Comentei com a minha atual chefe e ela disse: "Tenta".

Essa foi a primeira pedalada rumo a um desconhecido que eu jamais acreditei ser possível...para mim.



Um comentário:

FOXX disse...

pois é, espero q esta experiência fora ajude vc a amadurecer e perder esse seu orgulho todo de quem acredita que já sabe tudo.